sexta-feira, 8 de junho de 2007

..Pura ficção..

Era uma vez, uma triste moça que já algum tempo tinha aprendido a escrever, e de ler umas coisitas aqui a acolá de Saramago e uns quantos tristes filósofos e poetas ressabiados e ainda a colecção inteira de “uma aventura”, decidiu escrever umas coisitas só para ela e para o seu pequenino ego se encher de orgulho “afinal escrevo!” (pensava ela), umas coisitas muito estúpidas que por vezes até suscitavam e surpreendiam-na com um sorriso, quiçá uma gargalhada (da tamanha patetice que escrevia) e nos momentos dolorosos em que os pontapés na gramática e erros ortográficos eram mais visíveis, escorria uma lágrima.
E a sua penosa sina continuava…e o pior era que torturava os seus pobres colegas com o seu contributo para o jornal da escola. (aquilo duraria pouco tempo)
Seguiu-se um período de acalmia, quer dizer a suas insignificantes palavras não chegam á população que vivia feliz da vida, apenas o seu computador sofria com cada tecla premida, e documentos e documentos gravados na sua memória, que poderia perfeitamente albergar outro tipo de informação bem mais prestigiante.
Até que, ela descobriu as novas tecnologias e sobre tudo o seu poder de divulgação, começou a ouvir Nuno Markl e a ver insistentemente os cartoons do New York Times e muitos outros cartonistas e cronistas portugueses que aparecem ( a sua escrita e desenhos, é obvio) os jornais e revistas, mas o descalabro total foi quando leu “as farpas” de Eça de Queirós num hipermercado, e decidiu criar um blog.
No principio, a coisa era um tanto ó quanto literária e pirosa (e cá entre nós sem piada nenhuma) mas não por muito tempo, revelaria-se com as suas reflexões…que também não interessam para ninguém.
Enfim…
O fim da estória?
Nem queiram saber, não correu nada bem…

Isto é, no fundo, uma ficção…
Escrita com o coração.

1 comentário:

Valter Fernandes disse...

Para alguns, ler certos textos, obras, etc, faz com que o nosso bichinho literário salte, ganhe força e coragem para saltar para a ribalta.. as vezes demora a sermos reconhecidos.. mas o simples facto de nos expressarmos com palavras as vezes unicas é por si so, recompensante...